quarta-feira, 16 de março de 2016

O Juízo Moral da Criança e a Inclusão Social.



Jean Piaget foi um dos pensadores mais importantes do século XX. Foi fundador da Epistemologia Genética, onde o biólogo desenvolveu a Teoria do Conhecimento que visa esclarecer como os esquemas cognitivos funcionam na aquisição do conhecimento. Melhor dizendo, Piaget nos prova que o conhecimento não é algo que vem de fora, o conhecimento é um processo de Assimilação, Acomodação e Equilibração desses esquemas cognitivos, sendo assim, somos nós quem o construímos. O que não exclui a necessidade de um mediador nesse processo. É preciso ter professores capacitados que direcionarão a demanda de informação para que o conhecimento seja atingido de maneira significativa e eficaz.

Moralidade
Até os 06 anos, a criança não consegue seguir regras sociais, respeitando sua própria vontade, seu objetivo é agir de maneira que satisfaça seus próprios interesses, isso chamamos de Anomia.
A heteronomia ocorre entre os 06 e 09 anos, é quando sua moralidade é regulada pelas regras coletivas e pela imitação.
Depois de superar o estágio de heteronomia, a criança agora já é capaz de encarar as regras como resultado de uma livre decisão, sendo assim, ela já passa a desenvolver a Autonomia através dos desequilíbrios sociais que a obrigam a contestar as normas e rever valores.
Por volta dos 9 anos, ela já tem condições cognitivas de desenvolver sua autonomia moral e passará toda a sua vida readaptando seus esquemas cognitivos e revendo as éticas que ela estabeleceu para si mesma.

A Interação social
O desequilíbrio que força a criança a rever seus valores e suas relações, não é um processo solitário. É através da interação social que as estruturas cognitivas são formadas e desenvolvem habilidades simbólicas e abstrativas.
Desta forma, uma escola comprometida com uma aprendizagem significativa, é uma escola preocupada em promover situações de interação social, situações que causem desequilíbrio para que a criança aprenda a desenvolver a habilidade crítica, criativa e de troca de perspectiva. Cabe a escola proporcionar um ambiente onde elas aprendam a se autodisciplinar.

A Inclusão Social
A Inclusão social é um trabalho intenso. Um pacto que deve ser feito entre pessoas, ainda excluídas, e a sociedade. Essa parceria deve visar a promoção de oportunidades para todos.
Se é através da interação social que desenvolvemos nossa autonomia moral, quando mais contato tivermos com a diversidade humana, mais críticos e autônomos nos tornamos.

Empoderamento
O empoderamento é um processo pelo qual uma pessoa ou um grupo, assume o controle de sua vida usando seu poder pessoal independente da sua condição. (cor, idade, gênero...)
Cabe à família e à escola, reconhecerem esse poder pessoal respeitando o direito das pessoas com necessidades especiais para que elas possam colaborar cada vez mais na luta a favor da equiparação de oportunidades.
Assim, a inclusão social não colabora apenas com o desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais, mas também, para a construção de uma sociedade mais justa e menos frágil a qualquer tipo de alienação.

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