sexta-feira, 11 de março de 2016

Antes de aprendermos a fazer laços, temos que aprender a impor limites.




Nós já nascemos fazendo laços. Aquele chamego todo com as nossas mães, aquela necessidade de sermos aceitos no mundo em que estamos inseridos... nós não sabemos direito o que estamos fazendo, mas já realizamos este feito sem pensar muito bem nas consequências!
Mas elas chegam... corações partidos, sentimentos remexidos, pontapés na bunda gratuitos, maquiagens desperdiçadas com lágrimas dos sábados à noite, amigos confusos, amigos desonestos, amigos descontrolados, amores interrompidos, espremidos, esgotados... as consequências acabam chegando, mas em geral, vale a pena! Depois de superarmos a mágoa, ficam as lembranças das coisas boas, dos aprendizados e do melhor do outro que ficou com a gente!
Nem sempre é assim. Existem relações que só envenenam o melhor que temos dentro da gente. Só servem para diminuir e nada têm a oferecer. Mas a intensidade dos novos começos é tentadora! E terminamos cheios de marcas devastadoras que podem mudar para sempre o rumo das nossas vidas. Passamos a negligenciar a nós mesmos! Afundamo-nos em trabalhos, distraímos nossa mente com todos os prazeres que nosso dinheiro pode comprar... tudo para não termos tempo de olharmos para dentro da gente. Porque fomos com sede demais ao pote e encharcamos nossa vaidade com a necessidade de mergulharmos em relações altamente perigosas e destrutivas. 
O que quero dizer, é que os laços e mergulhos verticais são necessários e jamais devemos nos negar a isso. O melhor jeito de preservarmos nossa juventude é ainda cultivarmos as expectativas e a euforia com as novidades que o mundo nos apresenta. Porém, é necessário saber impor limites ao que não nos acrescenta. Em um mundo onde as mensagens de facebook e os livros de autoajuda nos dizem que o melhor é não nos apegar, eu ouso em dizer o contrário. SE APEGUE SIM! Se te faz bem, se apegue! Mesmo que sofra, mesmo que chore e mesmo que tenha que dizer adeus. Aproveite a magia do momento sem se preocupar com o final da corrida. Ela vai chegar, todos os relacionamentos chegam! Nem que seja para entrar em uma nova fase. 
O fato é que sempre temos que nos despedir de nós mesmos em diversas fases de nossas vidas, não podemos ser hipócritas em pensar que o outro também não irá se modificar, se renovar e se transformar em alguém diferente! Como aquela mãe que se despede do filho todas as noites sem perceber. Ele dorme e quando acorda está largando as fraldas, dorme e quando acorda vai para escola, dorme e quando acorda dá seu primeiro beijo, dorme e quando acorda está na faculdade, até que um dia ele também está dando um beijo de boa noite no filho dele. É assim, nossos filhos acordam outros todos os dias, vamos nos despedindo deles e damos boas-vindas a outros em cada amanhecer. Mas algo de bom tem que ficar. Temos que ficar com os aromas mais gostosos, mesmo depois da pétala despedaçada. 
Então não se esqueça! Desperdice saliva, suor, gritos e gemidos com quem vale a pena. Mesmo que esta mesma pessoa te magoe algum dia, enquanto isso não acontece, mergulhe e aproveite ao máximo as partículas de emoções que vocês dividem juntos.

Por outro lado, temos aquelas pessoas que vivem para nos fazer sentir frustrados, derrotados, que arrancam de nós todas as forças e só se aproveitam de nossa energia para alimentar seu próprio ego. 
Algumas relações são inevitáveis. Tem aquele cara chato do escritório, aquele chefe ignorante, aquele colega que adora gritar que não leva desaforo para casa como se isso fosse um troféu. E nós não colocamos limites nessas relações tóxicas, porque nos ensinaram que temos apenas duas opções: ou amamos, ou odiamos. Não é assim não, amigo! Dá para exercer toda aquela educação que mamãe nos ensinou. Dá para dizer "bom dia" e dividir boas risadas com o comediante que adora se gabar! Ele não precisa saber que estamos rindo porque o achamos estúpido. Uma dose de ironia pode salvar nossa sanidade!
A gente se incomoda com o companheiro de trabalho preguiçoso, com o chefe presunçoso e com o amigo empenhado em tirar a paz dos outros. O que precisamos nos conscientizar é de que algumas pessoas dedicam seu tempo em perturbar as outras, algumas pessoas só sabem reclamar culpando o mundo por suas frustrações. E são com essas pessoas que NÃO PRECISAMOS GASTAR NOSSO TEMPO. São essas as pessoas que NECESSITAM DE LIMITES.
Eu posso trabalhar com alguém preguiçoso, mas não preciso leva-lo para casa! Não preciso pensar no que ele não faz, não preciso dar espaço para que ele estrague o meu dia e nem que ele me contamine com sua falta de respeito ao seu próprio tempo. 
Se meu chefe é um babaca, imagina só se vou dar a chance dele me transformar em um também! Não vou dedicar mais tempo a ele do que é necessário, não quero que ele fale sobre sua vida pessoal e não quero nem que ele saiba sobre a minha. Está aí o limite dele. Ele não tem poder de me atingir, porque é apenas um artigo que compõe meu ambiente de trabalho e minha vida é muito mais do que isso.
Caso você tenha um “amigo” polêmico que adora conversar sobre suas ideologias, mas não aceita falar sobre as ideologias dos outros, por que você ainda tenta usar algum argumento? Qual a necessidade de se abrir, de falar sobre o que você pensa e como você pensa, para uma pessoa que se preocupa muito mais em falar, gritar e esbravejar e não aprendeu ainda a ouvir?

Eu ainda faço laços, mas também sei impor limites. Não preciso escolher entre amor e ódio. 
Mas só me tem por inteiro quem sabe o que é respeito! 
Desculpe, mas alguém precisava te dizer isso:
Ser feliz gasta tempo, energia e dedicação! Não há lugar para distração!
Pit Larah

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